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As Assembleias de Deus brasileira comemora 113 anos de existência em 18 de Junho

Atualizado: 16 de jul.



No alvorecer do século XX, uma semente divina foi plantada nos corações ardentes de dois jovens suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Essa semente celestial, destinada a florescer em terras distantes, encontrou seu lar no solo fértil de Belém do Pará. Lá, ela brotou vigorosamente, espalhando-se por todo o país com uma velocidade surpreendente, dando origem a uma floresta espiritual de fé e fervor pentecostal.

 

Antes mesmo dessa época, no crepúsculo do século XIX, o movimento pentecostal emergiu como um renascimento espiritual, reacendendo a chama das doutrinas antigas do batismo pelo Espírito Santo e dos dons espirituais - um fogo que muitos pensavam ter se extinguido com o passar dos séculos.

 

Hoje, o Brasil se orgulha de abrigar um dos maiores movimentos pentecostais do mundo. A maioria dos evangélicos brasileiros carrega consigo o calor dessa chama pentecostal. Movidos por uma paixão inextinguível e pelo poder transformador do Espírito Santo, esses fiéis dedicam suas vidas à oração incessante, à consagração pessoal, à busca pela santidade, ao louvor exuberante, à evangelização incansável e ao trabalho missionário sem fronteiras.

 

O povo de Deus tem marcado sua presença em todos os segmentos da sociedade brasileira, conquistando corações e mentes em uma marcha triunfante de fé. Desde seus primórdios, o movimento pentecostal no Brasil tem capturado a atenção e admiração de líderes pentecostais ao redor do globo.

 

Não foi mera coincidência que o Brasil foi escolhido para sediar a 8ª Conferência Mundial Pentecostal em 1967 no Rio de Janeiro - um evento histórico que reuniu os mais proeminentes líderes pentecostais daquela época, como Lewi Pethrus, Thomas Zimmerman e David Yonggi Cho. O grandioso encerramento desse encontro ocorreu no lendário estádio do Maracanã, onde 150 mil almas pentecostais se reuniram em uma demonstração épica de unidade e fé.

 

Quase meio século depois, em 2016, o Brasil mais uma vez abriu seus braços para acolher a 24ª Conferência Mundial Pentecostal na vibrante cidade de São Paulo. O evento foi um marco na jornada pentecostal do país, reafirmando seu papel como um farol de esperança e renovação espiritual para o mundo.



Nossa história começou a se desenhar há pouco mais de um século atrás. Em uma jornada de fé que atravessou oceanos, o jovem sueco Daniel Berg, então com 18 anos e membro da igreja batista, desembarcou em Boston, Estados Unidos, no dia 25 de março de 1902. Sua alma ansiava por mais, e após sete anos de experiências enriquecedoras, retornou à Suécia. Lá, um reencontro com o passado moldaria seu futuro: seu amigo de infância e pastor Lewi Pethrus o introduziu à doutrina do batismo com o Espírito Santo. A promessa pentecostal floresceu em seu coração e, ao voltar para os Estados Unidos, em Chicago, ela se cumpriu em 15 de setembro de 1909.

 

Paralelamente, Gunnar Vingren, outro jovem sueco e crente batista, pisava em solo americano em Kansas City no dia 19 de novembro de 1903. Evangelista por vocação, Vingren também foi tocado pelo batismo com o Espírito Santo durante uma conferência em Chicago, no mesmo mês que Berg.

 

O destino uniu essas duas almas em Chicago em 1909. Ambos compartilhavam uma chamada missionária que os impulsionava além das fronteiras conhecidas. Foi então que Adolf Uldin, da Igreja Batista sueca em South Bend onde Vingren pastoreava, profetizou um destino inusitado: Pará. Uma busca na biblioteca revelou que Pará era mais do que uma palavra; era um estado no norte do Brasil.

 

A confirmação divina veio através da oração. Deus revelou que Nova Iorque seria apenas o início; o Pará os aguardava ainda no ano de 1910. Esses pioneiros não apenas seguiram um chamado; eles abriram caminhos para o movimento pentecostal no Brasil, deixando um legado de fé e perseverança que ressoa até hoje.

 

E assim nasceu as Assembleias de Deus no Brasil... Com corações inflamados pelo chamado divino, Gunnar Vingren e Daniel Berg embarcaram em uma jornada de fé que os levaria ao coração do Brasil. Deixando para trás o pastorado e o trabalho cotidiano, eles se lançaram ao desconhecido, confiando na providência que os guiaria.

 

A bordo do navio Clement, partiram de Nova Iorque em 5 de novembro de 1910, rumo a um destino que moldaria a história espiritual de uma nação. Em meio à terceira classe, entre camas apertadas e refeições desafiadoras, eles encontraram força na oração. Daniel, movido pelo Espírito, profetizou a presença confirmadora do Senhor, e juntos, sentiram essa verdade em seus corações.

 

Durante os quatorze dias de travessia, não apenas buscaram a Deus, mas também compartilharam o evangelho, levando um companheiro de viagem a aceitar Cristo como Salvador. Ao chegarem em Belém do Pará no dia 19 de novembro de 1910, encontraram refúgio no porão da Igreja Batista. Ali, enquanto aprendiam o idioma português, começaram a pregar fervorosamente sobre o batismo com o Espírito Santo. Seu desejo era transmitir um evangelho vivo e poderoso. Celina Martins Albuquerque e Maria de Nazaré foram tocadas por essa mensagem pentecostal. Na madrugada do dia 2 de junho de 1911, enquanto oravam em casa, receberam o batismo com o Espírito Santo. Esse evento divino desencadeou uma série de eventos na Igreja Batista local que resultou na expulsão de treze membros.

 

No entanto, a perseguição não deteve o avanço do movimento pentecostal. No dia 18 de junho de 1911, na casa de Celina Albuquerque e com a presença de 18 pessoas e mais Vingren e Berg, nasceu a Missão de Fé Apostólica. Essa reunião íntima marcaria o início daquilo que viria a ser conhecida como Sociedade Evangélica Assembleia de Deus, oficialmente registrada em 11 de janeiro de 1918. A Assembleia de Deus floresceu sob a sombra da adversidade e cresceu para se tornar uma das maiores denominações cristãs no Brasil. A fé desses pioneiros plantou sementes que germinaram em um movimento espiritual vigoroso e expansivo.

 

A chama pentecostal, acesa no coração de Belém, não demorou a se espalhar pelo Brasil. Daniel Berg e Gunnar Vingren, juntamente com os primeiros membros da Assembleia de Deus, não se contentaram em manter o fogo espiritual confinado às paredes da igreja. Eles saíram pelas ruas de Belém e navegaram pelas ilhas paraenses, compartilhando as boas novas com fervor. Com a chegada de novos missionários como Otto e Adina Nelson, Samuel e Lina Nyström, Frida Vingren e Joel e Signe Carlson, o trabalho ganhou novos horizontes. A igreja começou a ordenar seus primeiros pastores brasileiros, homens como Isidoro Filho e Absalão Piano, que se tornaram faróis de luz em meio às trevas.

 

Através do ardor evangelístico pentecostal, membros da igreja, missionários estrangeiros e pregadores nacionais visitaram outros estados. Levaram consigo a chama que acendeu igrejas em cada canto do país, superando lutas e perseguições.

 

Vieram então para ajudar expandir a obra, missionários escandinavos e norte-americanos trazendo consigo não apenas o evangelho, mas também iniciativas que enriqueceram o desenvolvimento doutrinário da Assembleia de Deus. Fundaram jornais como Boa Semente e Mensageiro da Paz, criaram lições bíblicas para a Escola Dominical, editaram hinários que ainda hoje ressoam nos cultos e publicaram livros que alimentam a fé.

 

Em 1936, os missionários das Assembleias de Deus norte-americanas chegaram ao Brasil. Juntos com os suecos, investiram na educação teológica formal e na publicação de literatura cristã. A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) foi fundada em 1940, tornando-se um marco no desenvolvimento doutrinário da igreja no Brasil.

 

Hoje, ao atingir seus 113 anos, as Assembleias de Deus demonstraram um crescimento exponencial, tornando-se a maior expressão do pentecostalismo no Brasil. Estimativas apontam que em 2010, ao completar 100 anos de fundação, contava com 20 milhões de fiéis e representava 40% dos evangélicos brasileiros.

Hoje, a Assembleia de Deus se estende por todo o território nacional com mais de trinta mil pastores, mais de seis mil igrejas-sede, mais de dois mil missionários e milhares de obreiros. São mais de 100 mil locais de culto espalhados pelos mais de cinco mil municípios brasileiros - um testemunho vivo do poder transformador do evangelho.

 

Somos os herdeiros espirituais de Gunnar Vingren e Daniel Berg, os valentes pioneiros que plantaram a semente do evangelho em solo brasileiro. Comemorar mais um aniversário das Assembleias de Deus não é apenas um marco para celebração, mas um clarão que ilumina o caminho à frente, convocando-nos a prosseguir com o legado que nos foi confiado. É um chamado para reacendermos a chama pentecostal com a mesma intensidade daqueles que nos precederam. É um lembrete de que a mensagem que ecoou pelas ruas de Belém ainda ressoa com poder: Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e prometeu voltar!

 

A história do movimento pentecostal no Brasil é uma tapeçaria rica e colorida tecida com os fios da dedicação e do espírito pioneiro. É uma narrativa que continua a ser escrita a cada dia por aqueles que seguem os passos dos primeiros missionários - com coragem, amor e uma fé inabalável que ressoa através dos séculos. Que ao comemorar este dia, sejamos movidos por um despertar para continuarmos a missão com renovado ardor. Que cada crente seja um mensageiro da esperança, levando a mensagem transformadora do evangelho a cada coração e cada lar. Pois a promessa é certa: Jesus voltará, e até lá, temos uma grande obra a realizar!

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